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domingo, 9 de fevereiro de 2014

riscar o risco # POOC 2014

Sobre a protecção costeira e o controle possível do risco, a nossa posição já é há muito conhecida e os contornos da viabiabilidade ou a relação custo benefício da reposição artificial da deriva litoral que defendemos têm sido amplamente difundidas e debatidas no espaço público. Não obstante registarmos com entusiasmo a inclusão do estudo do BYPASS, com uma verba prevista de 100 M€, não podemos deixar de ficar chocados com os 25.000 M€, na mesma rubrica, só para alimentação artificial de praias... Conhecendo a capacidade de transporte sedimentar do mar é quase criminoso não a aproveitar, subtituindo a disponibilidade do recurso natural pela do empreiteiro. Agora que o POOC revela da impossibilidade de construção na praia da claridade, contrariando as expectativas dos que ainda acreditavam na instalação de estruturas ou equipamentos para resgatar a frente urbana do processo de decadência que a cidade há muito aceitou, que tenham a coragem de inscrever a praia da claridade nas áreas com potencial para manchas de empréstimo - designação do plano para zonas de depósito de areia que poderão ser usadas para a reposição artificial. Que sejam coerentes e não limitem o lançamento ou deposição de resíduos sólidos, conforme previsto nas actividades interditas na Zona Marítima de Proteção, que na prática não só inviabilizaria a alimentação da duna hidráulica e o funcionamento do BYPASS, como colide com a condicionante imposta pela APA do depósito das dragagens portuárias.


Saída do BYPASS do Cabedelo instalado na década de 80 para as obras do Porto de Pesca - Márcio Oliveira, 2014. 

Se é certo que não se pode ter sol na eira e chuva no nabal, porque não se aproveita a acumulação de décadas retida a norte dos portos da Figueira e de Aveiro para diminuir o risco a sul, protegendo pessoas e bens, restituindo ao mar a capacidade de ajudar no reequilibrio da costa, com ganhos obvios para o surf, para a arte-xávega e até para concessionários e banhistas. Oferecendo à Figueira da Foz, e à praia da claridade uma real possibildade de regeneração urbana com a devolução de O MAR À CIDADE.




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