Há algum tempo que nos temos dedicado a esta reflexão e à defesa da REGENERAÇÃO NATURAL DO ECOSSISTEMA da praia da claridade. O problema é que o sistema natural ali a recuperar não é o dunar, mas sim o marítimo. Atentado maior do que ignorar esta verdade, bem conhecida de todos os Figueirenses e da nossa memória colectiva, a Figueira rainha das praias, é invocar razões de natureza pedagógica na área ambiental para prosseguir com o maior atentando ecológico na principal frente da cidade, cujo impacto a sul do Mondego também tem efeitos devastadores. Aos especialistas que têm apoiado o executivo nesta matéria deixamos duas perguntas: naquele lugar, a vegetação autóctone serão as espécies vegetais que defendem ou as algas que não conseguimos preservar? Se concordam que para verificar da sustentabilidade da nossa acção temos que conseguir entregar aos nossos netos aquilo que recebemos dos nossos avós, porque é que não fazem o trabalho que tem que ser feito e começam a pensar em DEVOLVER O MAR À CIDADE? Não nos choca a vegetação da antepraia na Murtinheira ou depois da Gala, mas nunca aqui na frente da cidade-praia, porque atenta contra a sua principal diferença, traindo o seu passado e comprometendo o seu futuro.
Concordamos que «não faz sentido manter à força todo o areal como um areal de praia». Não concordamos é com a solução da suposta renaturalização, que atenta contra o principal elemento natural da nossa frente urbana: o mar. Não concordamos com a argumentação do Sr. Vereador António Tavares escudada na resposta dos arquitectos a um concurso de ideias que deliberadamente pedia essa solução, nem tampouco com a forma propagandística que usam para justificar o injustificável: que nada irão fazer... Nós concorremos contra os termos de referência daquele concurso e o júri teve a coragem de nos distinguir. Nós denunciámos o atentado ecológico na frente urbana da cidade e apontámos um caminho alternativo. Nós defendemos a instalação de um sistema de BYPASS e vamos continuar esta luta, porque não aceitamos que nos continuem a mandar areia para os olhos. Não queremos saber da pulga da areia, queremos o camarão da costa!
Sem comentários:
Enviar um comentário