Por vezes tendemos a dizer: “A pergunta, o pedido, o programa que nos solicitam é estúpido”; o Saramago dizia uma coisa muito inteligente: “Não há perguntas estúpidas, dependem sempre da resposta.” Se der uma boa resposta, a pergunta passa a ser inteligente (...) é isso que tentamos fazer.
O meu primeiro trabalho é sempre refazer a pergunta. Veja-se os casos dos concursos: volta e meia, gosto de fazer concursos. A maior parte das vezes o programa não me interessa nada (o museu é errado... aquele programa não tem jeito nenhum, etc...); mesmo assim gosto de concorrer e, quando o faço, começo por reformular as perguntas.
O resto da equipa fica muitas vezes desmotivada e diz: “Ó Miguel, assim não vamos ganhar!” Acontece que não me interessa ganhar algo em que não acredito, interessa-me é saber com que projecto é que vou perder...
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Ana Vaz Milheiro entrevista Miguel Figueira "Se queres dançar paga a banda", in Jornal dos Arquitectos #240 Ser Independente, 2010.
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