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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

os alemães, o americano, o inglês e os portugueses

Desde 1945 persiste a dúvida sobre as bombas da Nazaré. Nunca se esclareceu se o submarino alemão U-963 que foi afundado junto ao canhão pela própria tripulação estava ou não armado. Uma coisa parece certa: o conhecimento dos alemães daquele lugar, onde a curta distância de terra se encontra um vale submarino tão profundo, ideal para a tripulação ficar a salvo e o segredo ficar guardado. Há muito que as gentes da Nazaré sabem da existência daquele lugar, no mundo do surf também não é propriamente uma novidade, o que é curioso é que tenha sido um americano a mostrar ao mundo que afinal há mesmo bombas na Nazaré. Não que tenha sido tarefa fácil, nem foi conseguido do dia para a noite, obrigou a trabalho, planeamento, organização e investimento. Desconheço se o investimento chegou antes ou depois do americano, mas não tenho qualquer dúvida que sem ele não tínhamos hoje a Nazaré na capa do The Times. Sem o investimento ninguém sabia das bombas na Nazaré. De entre as longas direitas da baía de Buarcos, uma das mais apreciadas é conhecida como a Mina. O nome tem naturalmente que ver com a proximidade com as minas do Cabo Mondego, cuja construção resultou do investimento para a exploração do carvão mineral até ao séc. XX, depois de esgotada a camada superficial que terá sido entregue a um Inglês em meados do séc. XVIII. O que poucos sabem é que na mina também há ouro, sabemo-lo nós os surfistas, locais e estrangeiros, que dele temos tido o privilégio de disfrutar. Um filão de qualidade reconhecida internacionalmente, que será um recurso inesgotável se o soubermos preservar. Também sabemos o que falta, sabemos que falta hoje o que sempre faltou: o investimento e se calhar um australiano para variar, já que em nós, os portugueses, parece que ninguém vai querer investir. 

1 comentário:

Anónimo disse...

ouro azul! e branco.