Ideias Para um Portugal Melhor!
Há quem, no cinzentismo dos dias de hoje, olhe para o futuro e só veja um país mergulhado na crise, na depressão e no pessimismo crónico. Outros há que, remando contra a corrente, tentam fintar o triste fado que os portugueses insistem em resgatar. Mentes inovadoras que projectam um país onde é possível votar em caixas multibanco, onde há máquinas que levam a água às zonas mais carenciadas, onde o mar e o surf são agentes do desenvolvimento local, e onde as redes sociais estabelecem pontes entre empresas, universidades e agentes de inovação. Estas são apenas as ideias vencedoras nas quatro categorias (Democracia, Negócios, Cidades e Consumo) do Movimento Milénio, iniciativa nacional promovida pelo jornal “Expresso” e pelo Millennium bcp para criar um movimento positivo e catalisador de ideias, reflexão, projectos e tendências para o futuro do País.
«A sociedade civil deve ter cada vez mais possibilidade de se afirmar. Não podemos estar à espera que o Estado resolva tudo», defendeu Francisco Pinto Balsemão, presidente do Grupo Impresa (proprietário do “Expresso”), na cerimónia de lançamento do movimento que desafiou os cidadãos a apontar caminhos para um Portugal melhor. «É esse o objectivo, pôr os cidadãos a falar. Desta crise sairá um outro país: cresceremos todos se percorrermos esse caminho com alegria e não com o nosso tradicional cinzentismo», completou Carlos Santos Ferreira, presidente do conselho de administração executivo do Millennium bcp.
Os portugueses responderam ao desafio. Desde o lançamento da iniciativa, em Fevereiro, o “website” movimentomilenio.com, sede da iniciativa e ponto de partida e de chegada de todas as propostas, rece beu mais de uma centena de projectos. Para cada um dos quatro temas foram escolhidos quarto finalistas que defenderam as suas propostas perante o respectivo júri, composto por cinco elementos – Francisco Pinto Balsemão, um representante da direcção executiva do Millenium bcp, um jornalista sénior do “Expresso” e dois especialistas em cada um dos temas.
Os quatro vencedores apurados receberam um cheque até ao valor de 12.500€ para custear as des - pesas de deslocação, estadia e participação numa conferência internacional relacionada com o tema do projecto.
Mas nem todos quiseram fazer uso da recompensa. «Não usámos o prémio, que é uma viagem para dois, para assistir a um congresso na área de democracia, nem recebemos nenhum cheque ou coisa parecida. A nossa intenção é que o Movimento Milénio utilize esta ideia para “movimentar” Portugal», revela Stéphanie de Matos, estudante de medicina que, com o noivo André Cabrita, engenheiro electrotécnico, venceu a categoria Democracia com o “Voto Simplex”, que propõe a transformação do Multibanco em urna de voto.
A festa final do Movimento Milénio tem lugar a 6 de Dezembro no Convento do Beato, em Lisboa, com direito a um brinde ao futuro do País.
O MAR COMO AGENTE DE MUDANÇA.
Há quem olhe para o mar e veja o horizonte. Há quem se fixe nas ondas ou nos surfistas que as enfrentam. Há quem descanse a vista nas curvas das mulheres em biquíni.E há quem, como o arquitecto Miguel Figueira e o Surfista Eurico Gonçalves, veja mais além. A dupla, com o apoio de um grupo de pessoas ligadas ao mar e à Figueira da Foz, quer colocar o surf e o mar ao serviço do desenvolvimento da cidade. Para isso, defendem, é preciso travar a erosão da costa sul da Figueira e salvar a «onda» da cidade. «A protecção das ondas é a primeira fronteira de protecção da orla costeira, dissipando a energia que de outra forma se concentra com efeitos devastadores sobre o sistema dunar.» Dessa forma, será possível capitalizer um importante activo para a competiti vidade da cidade, o surf, « cujo potencial nunca foi aproveitado». A proposta passa pelo recurso a um “bypass” de areia para proteger o sul da erosão costeira e reactivar a «onda» do Cabedelo. «A cidade é descontínua, e no mar não é bem assim. Daí que as nossas propostas sejam sempre de integração: integração do mar como parte do território; do sul na cidade; das pessoas e das ideias. A cidade cresce na mesma medida em que consiga incorporar estas diferenças. Não é um acto de fé, é uma constatação de facto: uma cidade partida não é viável.».
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