[...] vamos também pensar em soluções inovadoras que resultem de uma nova avaliação de riscos e de um maior conhecimento sobre sistemas complexos como a costa e o mar. E foi essa a razão pela qual preferimos, antes de avançar imediatamente para a revisão dos POOC, pedir ao Professor Filipe Duarte Santos para, numa comissão multidisciplinar, desenvolver uma revisão da Estratégia Nacional para a Gestão Integrada da Zona Costeira (ENGIZC), de forma a que, a partir dessa Estratégia, possamos iniciar a revisão dos POOC e, a partir desses Planos, definir as novas ações já com novo financiamento europeu. Estamos num momento de charneira [...]
[...] É necessário, sobre o litoral, ter uma abertura de espírito que, de forma prosaica, se poderá traduzir na capacidade de “pensar fora da caixa”. Isto é, nós estamos habituados a concretizar uma série de ações que repetidamente passam por alimentação artificial de praias, proteções dunares, proteções aderentes, todo um conjunto de ações que, em algumas situações, se verificou ineficiente. E eu prefiro assumir, de forma frontal, que a repetição de tipologias de intervenção ao longo destas décadas não atingiu os resultados pretendidos. Logo, é necessário pensar, com todas as competências que existem, e tirando partido de algumas experiências internacionais, em intervenções que protejam a costa mas que protejam também os nossos recursos [...]
[...] O controlo, a mitigação, a adaptação, sem dúvida, mas temos de ter também a humildade de assumir que não é possível artificializar toda a costa. O que estou a dizer tem alguma controvérsia, mas o tema da restrição financeira é relevante. O que temos pela frente nas próximas duas décadas, no que respeita à nossa orla costeira, é tão significativo que não nos podemos dar ao luxo de gastar, por rotina, em tipologias que, por rotina, vamos definindo como as certas [...]
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