O projecto para a iluminação do surf no Cabedelo foi entregue à Câmara em 2011 na sequência do desafio lançado em 2010. Os postes trazidos há um ano ainda estão deitados no mesmo sítio onde os deixaram... Ou estão a descansar do muito uso que já traziam ou da espera que também já não é pouca.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
negação POC
Apesar do consenso sobre os benefícios da solução de transposição sedimentar na barra da Figueira da Foz [BYPASS], o Programa para a Orla Costeira [POC], que agora está em discussão pública, persiste com a sua estratégia de negação.
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
discussão POC
Está a decorrer o prazo da Discussão Pública do Programa para a Orla Costeira POC Ovar-Marinha Grande. Toda a informação no site da APA.
A proposta, agora em discussão, para além de ter limitado a profundidade (limite paralelo à costa) da zona de banhos, também separou o surf dos modos náuticos, facilitando a compatibilidade de usos e reconhecendo a diferença do impacto que reivindicámos. Ainda que subsista a dúvida se o surf pode ou não ser condicionado com a bandeira vermelha, aplaudimos de pé estas alterações que vão de encontro à inclusão que defendemos. Pior estamos com a distinção da onda (direita) mais longa da europa, a possibilidade de utilização das areias retidas a norte do Porto Comercial e a transposição de sedimentos na barra.
Apesar da evolução, sobretudo no que concerne à compatibilidade de uso com o surf, mantêm-se as contradições de base com as orientações do Grupo de Trabalho do Litoral GTL que subscrevemos, subsistindo ainda razões para a nossa oposição a esta proposta do POC.
domingo, 8 de novembro de 2015
reserva POC
A Gold Coast QLD foi este ano distinguida como Reserva Mundial de Surf, a segunda na Austrália, e no entanto a Gold Coast e os principais destinos de surf do país desde há muito que gozam regimes especiais (NSR) para a proteção das ondas e desenvolvimento do surf. Porque razão não segue o POC este bom exemplo da prática internacional e avança de vez com Resevas de Surf para as nossas principais ondas? Aqui ao lado os Bascos já avançaram com a Reserva de Mundaka, porque é que nós não avançamos com o Cabo Mondego? Não é preciso inventar a roda, basta inscrever esta diferenciação a que julgamos o POC estar obrigado e fica feito. A principal diferença entre a Austrália e Porugal não está na qualidade das ondas, mas antes na atitude em relação à proteção dos valores endógenos: eles são mais diligentes, nós somos mais negligentes.
terça-feira, 3 de novembro de 2015
classificaçao das ondas POC
A proposta do Programa da Orla Costeira (POC) ignora a recomendação do Grupo de Trabalho do Litoral (GTL) que determina a classificação das ondas de referência internacional para o surf. No relatório do GTL reitera-se a distinção dos locais mais valiosos para a prática do surf, os mesmos locais também inscritos no Plano Estratégico Nacional do Turismo, que o POC não quer distinguir.
Páginas 125 e 126 do Relatório do GTL, Dezembro de 2014.
domingo, 1 de novembro de 2015
areia nos olhos POC
O proposta do Programa da Orla Costeira (POC) ignora as directrizes da Operacionalização da Política de Gestão de Sedimentos, Transposição Sedimentar e Manchas de Empréstimo definida pelo Grupo de Trabalho do Litoral (GTL), junto das principais barras portuárias e em particular das barras de Aveiro e Figueira da Foz. Não inscreve a transferência da deriva litoral no Programa de Execução nem contempla o aproveitamento das areias retidas a norte dos molhes.
Páginas 11 e 12 do Sumário Executivo e Recomendações do GTL, Dezembro de 2014.
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
cajadadas POC
Tanto na proposta do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) como agora com esta proposta do Programa da Orla Costeira (POC) corremos o risco da interdição ao surf nas praias concessionadas e à repetição do absurdo que assistimos com o caso de Aveiro no início da época balnear em 2015. Mesmo quando se trata de uma praia com "especial aptidão para os desportos de deslize” a proposta de regulamento mantém a intenção dos canais de circulação e acesso à margem de modos náuticos e a possibilidade de interdição ao surf em 70% da frente de praia. Não estando prevista qualquer norma que restrinja a aplicação da regra apenas aos cenários de conflito de uso entre o surf e os banhistas também corremos o risco de manter o disparate da interdição à prática do surf, mesmo que exista uma distância de segurança à zona de banhos, como acontece com o caso das ondas de Buarcos, ou se verifique a interdição de uso aos banhistas por causa da agitação marítima - bandeira vermelha.
Ao contrário do ditado... parece-nos que isto são cajadadas a mais para um coelho só!
terça-feira, 27 de outubro de 2015
modos POC
Tanto na proposta do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) como agora na proposta do Programa da Orla Costeira (POC), "Modos Náuticos - são todos os veículos flutuantes autónomos, motorizados ou não, com funções de transporte de um ou mais passageiros em meio aquático”. Uma definição com reflexos regulamentares quanto ao condicionamento na maioria das praias, designadamente no que concerne à existência de espécies a proteger ou conservar. Na prática, sempre que se constatar motivo de risco que leve ao condicionamento a embarcações de motor com capacidade para vários passageiros, também estamos a aplicar a mesma condicionante a quem circule a remar a braço em cima de uma prancha... Julgamos que é fácil perceber que terá que haver uma distinção em vários grupos em função dos potenciais impactos. Na sua grande maioria o grupo de praticantes dos desportos de ondas tem preocupações ambientais e do resultado da prática do surf não são conhecidos impactos negativos, pelo que a especialização do grupo "Modos Náuticos" deverá considerar estas diferenças. Não se trata de uma questão de pormenor, na medida em que as implicações regulamentares desta norma, na prática, podem interditar o acesso a uma parte muito significativa da nossa costa.
sábado, 24 de outubro de 2015
inferno POC
Reconhecemos a referência recorrente da “onda (direita) mais longa da Europa” nesta proposta do Programa da Orla Costeira (POC), bem como da candidatura a World Surfing Reserves da frente Murtinheira/Cabedelo. Reconhecemos ainda que aqui existe uma grande evolução relativamente à anterior proposta do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) e até aplaudimos a inclusão nas Directivas [NE6] da necessidade de serem consideradas as potenciais implicações das obras portuárias ou de proteção costeira nas ondas, mas não compreendemos a ausência daquela singularidade ao nível da proposta normativa. Não encontramos nas Diretivas nem na proposta do Regulamento qualquer tipo de referência a este património de excepção que sustenta o produto estratégico “Surf” inscrito no Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT). Tal como no património edificado temos o Interesse Municipal e o Monumento Nacional, também aqui, para além da dimensão local de algumas praias com “especial aptidão para os desportos de deslize” que deverão ter a sua adequada proteção, defendemos uma categoria que garanta a diferenciação positiva, capaz de ancorar uma estratégia de desenvolvimento consentânea com os propósitos inscritos tanto no PENT como no Plano Estratégico da Figueira da Foz. A singularidade do recurso em causa deve ser considerada tanto ao nível da protecção como ao nível do uso. Nestes lugares o POC deve defender o desenvolvimento do surf e não a limitação no acesso à ondas, sob pena de contradição insanável com a prossecução dos princípios definidos para a sua elaboração - "Criação de condições para a manutenção, o desenvolvimento e a expansão de actividades relevantes para o país, tais como… actividades socioeconómicas que se encontram dependentes do mar e da orla costeira, bem como actividades emergentes que contribuam para o desenvolvimento local e para contrariar a sazonalidade."
Insistimos neste ponto porque de boas intenções está o inferno cheio.
quarta-feira, 21 de outubro de 2015
aptidão POC
Na proposta do Programa da Orla Costeira (POC) estão assinaladas as praias com “especial aptidão para os desportos de deslize”, no entanto ficámos surpresos com a exclusão do Cabedelinho e sobretudo da praia Buarcos-Figueira deste grupo. Mas o nosso maior espanto vem da constatação desta classificação de nada servir, nesta praia ou noutra qualquer, uma vez que na proposta de regulamento do POC não conseguimos encontrar qualquer norma aplicável ao grupo com “especial aptidão para os desportos de deslize” - já que o art.º 54 do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) que contemplava as ondas e os desportos de deslize terá sido suprimido na transição para o POC...
Fotografia do João Bracourt na praia Buarcos-Figueira com Ivo Cação em 2011.
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
tremoço POC
A praia entre o Teimoso e a Murtinheira está classificada na proposta do Programa da Orla Costeira (POC) como Tipo V - PRAIA COM USO RESTRITO - impondo o uso condicionado à circulação dos “Meios Náuticos” ou “Modos Náuticos”, pelo que nos arriscamos a não poder surfar ondas como SS, a Portaria ou a Mina. Como também a apanha de espécies marinhas é condicionada "… de acordo com as conclusões obtidas através da realização de estudos específicos a realizar…” [ nº6 do Artigo 14º], concluímos que para além de se acabar com o surf, também vai deixar de haver percebes. Pelo andar da carruagem vale mais deixar isto e dedicarmo-nos à apanha do tremoço; no Plano Estratégico Nacional do Turismo, substituímos o surf pelas minis, e ficamos outra vez bem servidos com este produto estratégico, que apesar de não ser novo tem sempre retorno garantido.
Fotografia da Mina (Teimoso-Murtinheira) de Bruno Ribeiro em 15-10-2015.
domingo, 18 de outubro de 2015
a sopa azeda do POC
Muitos cozinheiros estragam a sopa. O ditado encaixa bem no regulamento do Programa da Orla Costeira (POC) que anda a ser discutido à porta fechada. Entre o erro da numeração dos tipos de praia, a alteração dos termos inscritos nas definições e a confusão na forma da divisão da praia, temos sabores para todos os gostos. No regulamento (alíneas c) e d) do nº 1 do artigo 5º as praias passam do tipo 3 para o 6 e na planta substituem o 6 pelo 4. Nas definições, artigo 4º, explicam-nos o que são “Modos Náuticos” para nos artigos seguintes alternarem entre estes “Modos” e outros “Meios” que porventura até serão os mesmos. Num lado divide-se a praia em partes e no outro opta-se pelo sistema das percentagens, ficando sempre a dúvida relativa à diferença entre os dois terços e os setenta por cento... São tudo falhas justificáveis, por isto ou por aquilo, facilmente resolvidas com uma revisão mais cuidada de um processo que tem andado para trás e para a frente e até porventura de mão-em-mão. Mais complicada fica a restauração da confiança neste processo que deveria estar fundado no rigor e na competência. Entre o Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) e o POC a sopa, que já não era boa, pode também agora estar azeda.
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
o custo-benefício e o prejuízo
O relatório do Grupo de Trabalho do Litoral (GTL) prevê "a adoção de sistemas de transposição sedimentar" na barra da Figueira - 1,1Mm3 em cada ano - um circuito altenativo à passagem das areias na frente da barra que provocam a rebentação na entrada do Porto Comercial.
O Programa da Orla Costeira (POC), agora em discussão à porta fechada, em vez de avançar para a solução refugia-se na intenção das avaliações custo-benefício agravando o prejuízo a cada dia que passa.
O Programa da Orla Costeira (POC), agora em discussão à porta fechada, em vez de avançar para a solução refugia-se na intenção das avaliações custo-benefício agravando o prejuízo a cada dia que passa.
Fotografia do naufrágio do Olívia Ribau.
terça-feira, 6 de outubro de 2015
silêncio
Guardamos o silêncio em respeito pelas vítimas do naufrágio na barra da foz do Mondego, manifestando o nosso luto por aqueles com quem partilhámos o mesmo mar.
domingo, 4 de outubro de 2015
POOC/POC-OMG
Fomos surpreendidos com a notícia dos trabalhos que decorrem à porta fechada para a elaboração do Programa da Orla Costeira (POC) que veio substituir o Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC). Não estamos surpreendidos com o facto de decorrerem à porta fechada, porque já nos fomos habituando a isso, mas pelo facto deste debate estar a decorrer agora: em cima das eleições e sem conhecer o resultado do estudo solicitado ao grupo de trabalho para a operacionalização da estratégia definida pelo GTL. Mas o maior espanto e consternação prende-se com o facto do Plano de Praia Buarcos/Figueira (PP27) prever o aumento da praia em vez do seu recuo, e com o facto do surf continuar a ser considerado uma ameça ao uso balnear em vez de uma oportunidade para o desenvolvimento. Como se depreende da inscrição no mar das novas áreas de concessão (ver planta anexa) o aproveitamento de sedimentos em fim de ciclo (retidos a norte da barra) previsto no relatório do GTL para a operacionalização das transferências de elevada magnitude não é para cumprir. Como se isto não bastasse, a transferência regular da areia trazida pela deriva também não está prevista.
PP27 - Plano de Praia Buarcos-Figueira da Foz / POC-OMG
No que concerne à estratégia de proteção costeira, parece-nos óbvio que o POC colide com as orientações inscritas no relatório do GTL. Quanto ao surf, actividade emergente de reconhecido valor para o desenvolvimento local e para contrariar a sazonalidade, julgamos que as propostas inscritas neste POC não só colidem com o próprio despacho regulamentar que determina a sua elaboração mas também o PENT que o destaca como produto estratégico.
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
BYPASS para transposição das areias na barra
O coordenador do Grupo de Trabalho do Litoral, Professor Filipe Duarte Santos, visitou recentemente o By-Pass da Gold Coast, na Austrália, destacando aquela tecnologia como solução para a transposição de sedimentos na barra da Figueira da Foz.
Debate no Figueira Film Art 2015 - Miguel Babo (moderador), Hermano Sousa (Presidente da Comunidade Portuária da Figueira da Foz), Filipe Duarte Santos (coordenador do Grupo de Trabalho do Litoral), Miguel Figueira (SOS Cabedelo), Manuel Traveira (autor da tese de mestrado sobre a Figueira da Foz «Do Cabaret ao Deserto») e Eurico Gonçalves (SOS Cabedelo).
"...Quem esperasse, ontem, contraditório à posição do movimento cívico SOS Cabedelo, que tem publicamente defendido a construção de um by-pass (um túnel para deslocação contínua das areias das praias a norte para as a sul), sairia desiludido. Duarte Santos considerou que o caso daFigueira da Foz “é dos mais gritantes” no que respeita à erosão costeira, e defendeu que “não há incompatibilidade entre ter um porto e uma praia que não seja exageradamente grande, como a que existe actualmente”, desde que seja encontrada e posta em prática uma solução. “E não tem nada de extraordinário, basta o transporte das areias a Norte para Sul”, resumiu. “Na Austrália, num caso semelhante mas mais complicado em termos de traçado, a solução do by-pass resultou”, adiantou. “O que é preciso é que os poderes públicos tenham em sua posse estudos fiáveis e se disponibilizem a fazer análises de custo-benefício e a implementar a melhor solução”, sintetizou, adiantando que, na sua opinião, o by-pass fixo é mesmo a melhor resposta a longo prazo.”E Portugal tem uma longa tradição de engenharia costeira”, lembrou, afirmando-se convicto de que “estão reunidas as condições para avançar”, uma vez que, acredita, “há verbas comunitárias” disponíveis. “E é o necessário: vontade política e financiamento”, sumariou."
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
The Surfer's Journal
O Cabedelo por Michael Lay, convidado do Gliding Barnacles Gentlemans Club em 2015, para a prestigiada revista The Surfer's Journal #24.3.
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
ARQA arquitectura e arte contemporâneas
Luís Santiago Baptista e Paula Melâneo entrevistam Miguel Figueira para ARQA - revista de arquitectura e arte contemporâneas #119 APROXIMAÇÕES LOCAIS.
LSB / PM
Julho de 2015
[…]
LSB / PM
No contexto de um mundo crescentemente globalizado, como pode a arquitectura responder aos problemas e desafios dos lugares específicos?
MF
Na Figueira da Foz há já alguns anos que defendo a devolução ao mar da areia retida na principal frente urbana da cidade, para proteger o sul da erosão e, ao norte, devolver o mar à cidade. Foi no surf, numa praia do sul, que senti o primeiro impacto da desregulação da deriva das areias no mar, resultado das obras no porto comercial, que condicionava a qualidade das ondas e ameaçava aquele lugar. Trata-se da praia do Cabedelo onde se estreou no nosso país o circuito mundial de surf e que a interrupção com as restrições ao voo dos americanos, a seguir aos ataques de 11 de setembro, viria a retirar do calendário. O mediatismo do surf voltou mais tarde para se fixar em Peniche, deixando o Cabedelo entregue à sua condição periférica na cidade, à mercê dos danos colaterais das obras portuárias. O debate público só se dedicou ao tema depois de esclarecido que a acumulação de sedimentos que atenta contra a identidade da cidade-praia é parte do mesmo problema que também atenta contra o sul. Seguimos com o debate até aos antípodas, onde a comunidade de surf tem outra expressão e por esse facto os mesmos problemas são tratados de forma diferente. Da Austrália trouxemos a tecnologia do bypass que, ao permitir fazer a transposição mecânica das areias, possibilita a recuperação que defendemos. Por casualidade percebemos que o engenheiro que concebeu o sistema é um católico devoto de ascendência irlandesa e assim, no mês de Maria, depois da visita ao santuário de Fátima, conseguimos trazê-lo para uma reunião com o Dr. Manuel Pinto de Abreu, Secretário de Estado do Mar e obreiro do alargamento da plataforma continental. No início deste ano depois das tempestades que mostraram as fragilidades da nossa estratégia de defesa costeira, o Dr. Jorge Moreira da Silva, Ministro do Ambiente, baseado num relatório solicitado a um conjunto de notáveis especialistas nacionais, anuncia a viragem que pretende implementar a favor da realimentação sedimentar que, não só prevê a transferência de sedimentos na barra da Figueira para proteger o sul, como avança com a urgência da rápida devolução ao mar dos sedimentos retidos na frente da cidade para fazer face à insuficiência de décadas na deriva litoral. Ainda que este processo esteja longe de estar concluído, e que venha a ter outros desenvolvimentos, não parece que fosse possível devolver a viabilidade ao lugar sem o envolvimento da cidade, nem sem a alteração da política de proteção costeira do país ou a experiência que veio do outro lado do mundo. E ainda assim, mesmo com as torres gémeas, o bypass e os três pastorinhos, a sua filiação manter-se-á sempre naquele mar.
Na Figueira da Foz há já alguns anos que defendo a devolução ao mar da areia retida na principal frente urbana da cidade, para proteger o sul da erosão e, ao norte, devolver o mar à cidade. Foi no surf, numa praia do sul, que senti o primeiro impacto da desregulação da deriva das areias no mar, resultado das obras no porto comercial, que condicionava a qualidade das ondas e ameaçava aquele lugar. Trata-se da praia do Cabedelo onde se estreou no nosso país o circuito mundial de surf e que a interrupção com as restrições ao voo dos americanos, a seguir aos ataques de 11 de setembro, viria a retirar do calendário. O mediatismo do surf voltou mais tarde para se fixar em Peniche, deixando o Cabedelo entregue à sua condição periférica na cidade, à mercê dos danos colaterais das obras portuárias. O debate público só se dedicou ao tema depois de esclarecido que a acumulação de sedimentos que atenta contra a identidade da cidade-praia é parte do mesmo problema que também atenta contra o sul. Seguimos com o debate até aos antípodas, onde a comunidade de surf tem outra expressão e por esse facto os mesmos problemas são tratados de forma diferente. Da Austrália trouxemos a tecnologia do bypass que, ao permitir fazer a transposição mecânica das areias, possibilita a recuperação que defendemos. Por casualidade percebemos que o engenheiro que concebeu o sistema é um católico devoto de ascendência irlandesa e assim, no mês de Maria, depois da visita ao santuário de Fátima, conseguimos trazê-lo para uma reunião com o Dr. Manuel Pinto de Abreu, Secretário de Estado do Mar e obreiro do alargamento da plataforma continental. No início deste ano depois das tempestades que mostraram as fragilidades da nossa estratégia de defesa costeira, o Dr. Jorge Moreira da Silva, Ministro do Ambiente, baseado num relatório solicitado a um conjunto de notáveis especialistas nacionais, anuncia a viragem que pretende implementar a favor da realimentação sedimentar que, não só prevê a transferência de sedimentos na barra da Figueira para proteger o sul, como avança com a urgência da rápida devolução ao mar dos sedimentos retidos na frente da cidade para fazer face à insuficiência de décadas na deriva litoral. Ainda que este processo esteja longe de estar concluído, e que venha a ter outros desenvolvimentos, não parece que fosse possível devolver a viabilidade ao lugar sem o envolvimento da cidade, nem sem a alteração da política de proteção costeira do país ou a experiência que veio do outro lado do mundo. E ainda assim, mesmo com as torres gémeas, o bypass e os três pastorinhos, a sua filiação manter-se-á sempre naquele mar.
Julho de 2015
terça-feira, 14 de julho de 2015
Assembleia da República recomenda.
terça-feira, 30 de junho de 2015
quinta-feira, 4 de junho de 2015
sexta-feira, 8 de maio de 2015
atirar a culpa ao mar
08/05/2015 a sul da Cova-Gala
Andam a refazer a duna atrás da praia com a areia que lhe roubam à frente. Quando chegar a hora do mar voltar para levar o que lhe pertence, os mesmos que hoje se opoêm à transposição das areias retidas na praia da Figueira e que defendem a ocupação do areal, vão ser os primeiros a atirar a culpa ao mar.
quinta-feira, 30 de abril de 2015
quinta-feira, 23 de abril de 2015
H grande
domingo, 29 de março de 2015
terça-feira, 17 de março de 2015
750 milhões de euros para a costa
Miguel Figueira e Eurico Gonçalves entregam um saco de areia da praia da Figueira a Jorge Moreira da Silva, Ministro do Ambiente, que anunciou 750 milhões de euros para a costa num programa centrado na realimentação sedimentar das praias.
O movimento cívico surge em 2009 perante a ameaça à onda do Cabedelo, com a obra de prolongamento dos molhes do Porto Comercial da Figueira da Foz. Em 2010 organiza, na Figueira da Foz, o Seminário Impacto do Surf na Sociedade onde, pela primeira vez em Portugal, se reúnem especialistas das mais variadas áreas disciplinares em torno do surf, alargando-se a reflexão ao papel do mar e do surf no desenvolvimento local. Com a vitória na iniciativa MOVIMENTOMILÉNIO em 2011, ficou inscrita a tecnologia de BYPASS como solução para a reposição da deriva litoral, para melhorar as condições de surf e combater a erosão, a sul. Em 2012, com a distinção no Concurso de Ideias para a praia da Figueira e o aprofundamento da reflexão a norte do porto comercial, coloca-se, pela primeira vez, a possibilidade da devolução da areia, retida na principal frente da cidade, ao mar. Ainda em 2012 o SOS Cabedelo lança a campanha - usar a areia do norte para proteger o sul da erosão e devolver O MAR À CIDADE - intensificando a divulgação pública e os contactos com a administração. Em 2013 regressam à Gold Coast para participar na Global Surf Cities Conference e voltam novamente ao BYPASS do rio Tweed. No final de 2013 vêem recompensados os seus esforços na luta pelo reconhecimento da direita mais longa da Europa, a norte da cidade, com a sua inscrição no Plano Nacional Estratégico do Turismo. No início de 2014, no Azores Wave Week sobem o tom da contestação à revisão em curso do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC), questionando a estratégia de protecção costeira preconizada. Depois das três investidas do furacão Hércules, da suspensão da revisão do POOC e da nomeação do Grupo de Trabalho do Litoral (GTL) pelo Ministro do Ambiente é, na Figueira da Foz, que têm oportunidade de partilhar a reflexão com os especialistas liderados pelo Professor Filipe Duarte Santos. O relatório agora apresentado pelo GTL revela uma profunda mudança do paradigma de protecção costeira que agora se quer centrado no reequilíbrio sedimentar, com a transposição de sedimentos nas barras de Aveiro e da Figueira da Foz e a devolução das areias retidas em fim de ciclo ao mar.
Entrevista na SURFTOTAL
Notícia no OBSERVADOR
sábado, 14 de março de 2015
Junta de Freguesia de S.Pedro
Sessão pública sobre erosão costeira, na Junta de Freguesia de São Pedro, com a presença do coordenador do Grupo de Trabalho do Litoral, Professor Filipe Duarte Santos e da deputada do Bloco de Esquerda, responsável pelas questões ambientais, Helena Pinto.
Rádio Foz do Mondego
quinta-feira, 12 de março de 2015
domingo, 8 de março de 2015
segunda-feira, 2 de março de 2015
ideias de origem portuguesa
Transferência de conhecimento através da plataforma global do surf.
2015.ideiasdeorigemportuguesa.org
2015.ideiasdeorigemportuguesa.org
domingo, 1 de março de 2015
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
manta curta
O mar que avança no sul para dentro da floresta é o mesmo que foi empurrado ao norte na frente da cidade, como uma manta curta que para cobrir a cabeça está agora a deixar os pés a descoberto. Falta a um lado a areia que ficou no outro.
As Beiras 22/01/2015
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
180m de largura
A 12 de Junho de 1965, era notícia no Jornal, O Figueirense, a "largura enorme" da nossa praia de banhos. Este facto representa o primeiro momento em que os figueirenses tomaram consciência de que a “Rainha” tinha perdido a linha. Ora em Junho de 1965, segundo a “Análise da Evolução da Praia da Figueira da Foz” realizada pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil, a praia da Claridade, a um ano de se finalizar a construção dos molhes, tinha a largura máxima de 180 metros na maré alta, hoje a praia da Claridade é três vezes maior.
Guest Post _ Manuel Traveira, com imagem do Arquivo Fotográfico Municipal da Figueira da Foz.
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
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